SEMINÁRIO SOBRE PARTICIPAÇÃO SOCIAL ENCERRA PROGRAMA PRIMEIRO A INFÂNCIA

4 outubro 2018
SEMINÁRIO SOBRE PARTICIPAÇÃO SOCIAL ENCERRA PROGRAMA PRIMEIRO A INFÂNCIA

O Seminário Participação Social na Educação Infantil encerrou no último dia 26 de março o Programa Primeiro a Infância – Educação Infantil como Prioridade, do Fundo Juntos pela Educação. Mais de 300 educadores dos seis municípios parceiros, estudantes e convidados participaram do evento, no Teatro Erotides de Campos, no Engenho Central, em Piracicaba.

A gestora do Instituto Arcor, Thais Cassano de Castro, abriu o Seminário, destacando a parceria com seis municípios da região de Piracicaba, no segundo ciclo do Programa: Capivari, Mombuca, Monte Mor, Rafard, Rio das Pedras e Saltinho. Ela destacou que o Programa está em sintonia com a missão do Instituto Arcor, de contribuir para oportunidades iguais para todos, através da Educação.

Também estiveram presentes secretárias e diretoras de Educação de vários municípios parceiros. O vice-diretor da Oficina Municipal, Gustavo Adolfo Santos, destacou o empenho das equipes das Secretarias e Diretorias Municipais de Educação dos seis municípios e a sua abertura para a troca de informações e experiências, visando construir e consolidar políticas públicas para uma Educação Infantil de qualidade.

Exemplo de participação – A conferência de abertura do Seminário em Piracicaba esteve a cargo de Ana Elisa Pereira Flaquer de Siqueira. Ela é a diretora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Desembargador Amorim Lima, localizada no Butantã, em São Paulo. Sob a liderança de sua diretora, a escola tem sido uma referência na mobilização da comunidade pelo aprimoramento permanente do processo de ensino e aprendizagem.

A diretora lembrou que a experiência participativa teve início quando o secretário municipal da Educação de São Paulo era o educador Paulo Freire. “Ele é o maior símbolo da busca da participação social nas escolas e nesse sentido foi um grande incentivador”, sublinhou.

Ana Elisa também notou que um dos motivos pelo êxito da experiência da Escola Amorim Lima é a continuidade por anos do mesmo projeto e do mesmo direcionamento. “É muito importante a continuidade das pessoas e sobretudo das ideias, para que experiências inovadoras não sejam interrompidas”, acentuou, em referência à habitual mudança de pessoas e especialmente de direcionamentos no âmbito da Educação pública em São Paulo e no país.

A diretora admitiu que a abertura total das portas da escola para a sua comunidade demandou inicialmente uma mudança de postura dos próprios profissionais da instituição, inclusive dela. Entretanto, depois que as portas foram abertas, “a comunidade abraçou e se apropriou da escola como um espaço público, em benefício de suas crianças”.

Ana Elisa de Siqueira também evidenciou a relevância das ideias e conceitos da Escola da  Ponte, de Portugal, nos rumos tomados pela Escola Amorim Lima, do Butantã. “O escritor Rubem Alves sempre falava da necessidade de mudar a escola, de quebrar os seus muros, e ele foi conhecer de perto a experiência da Escola da Ponte. Tudo isso nos ajudou”, lembrou.

Atualmente, acrescentou a diretora, a escola paulistana tem um projeto pedagógico diferenciado, com inovações como autoavaliação pelos alunos e um Conselho Pedagógico, formado por educadores e representantes da comunidade, que se reúne regularmente. Além disso, são várias as comissões constituídas por famílias de alunos, como as comissões de festas e de comunicação, consolidando um trabalho que não será interrompido, mesmo com eventuais modificações de ordem política.

Ana Elisa concluiu lembrando que a Escola Amorim Lima tem trabalho de forma consistente a questão cultural, por exemplo com contatos permanentes com a cultura indígena e afrodescendente. “A escola foi a primeira a ser considerada como ponto de cultura, quando Gilberto Gil era ministro da cultura. E mantemos sempre um trabalho intenso com a questão cultural, pois é fundamental para a formação da identidade das crianças e para sua cidadania”, destacou.

Experiências dos municípios – Após a conferência de abertura, o Seminário no Teatro Erotides de Campos teve continuidade com a apresentação das experiências dos municípios parceiros, em pouco mais de um ano do Programa Primeiro a Infância – Educação Infantil como Prioridade. Cada município comentou uma fase da iniciativa ou do processo de construção participativa do Projeto Político Pedagógico, eixo central do Programa. 

Assim, as representantes de Rafard comentaram como foi a escuta das crianças na fase de diagnóstico do PPP. Por sua vez, as representantes de Mombuca explicaram como foi a abertura para a efetiva participação das famílias na construção do PPP.

De sua parte, as representantes de Capivari relataram como foi o processo de integração do Programa Primeiro a Infância, considerando que o município tinha acabado de homologar os seus Projetos Político Pedagógicos. Já as gestoras das quatro escolas de Saltinho narraram como foi a experiência, inovadora para o município, de confecção de um PPP e de aplicação dos princípios do Programa Primeiro a Infância também na esfera do Ensino Fundamental, e não apenas da Educação Infantil.

E a equipe de Rio das Pedras detalhou como foi a sua experiência de disseminação de conhecimento para todas as escolas de Educação Infantil do município, de modo que houvesse uma real e total participação das comunidades escolares na produção dos PPPs.

Coordenadora técnica do Programa Primeiro a Infância, pela Oficina Municipal, contratada pelo Fundo Juntos pela Educação, Oneide Ferraz Alves, pediu no encerramento do Seminário que as gestoras e educadoras do seis municípios parceiros continuem empenhadas na mobilização das comunidades locais pela Educação Infantil de qualidade, tendo o PPP como instrumento catalisador.

  • Formatos: Publicações
"Nenhum resultado encontrado."