PROJETO TAMAR E SEAWORLD, JUNTOS PELA PROTEÇÃO DA VIDA MARINHA

16 outubro 2017
PROJETO TAMAR E SEAWORLD, JUNTOS PELA PROTEÇÃO DA VIDA MARINHA

De um lado o Projeto Tamar, com 36 anos de trabalhos pela proteção, conservação e recuperação das tartarugas marinhas no litoral brasileiro. De outro a rede de parques aquáticos SeaWorld, dos Estados Unidos, que também há décadas resgata e protege várias espécies oceânicas. Agora os dois começam a selar uma parceria por ações conjuntas, conforme seus representantes anunciaram em evento no dia 17 de março em São Paulo.

Na oportunidade o curador corporativo de Educação e Conservação de SeaWorld, Bill Street, lembrou que a organização atua em quatro eixos principais em termos da proteção da biodiversidade: pesquisa de espécies, resgate e reabilitação de animais, educação para a conservação, limpeza de habitats e proteção de espécies ameaçadas.

São 1.500 pessoas envolvidas nos diversos projetos e ações, que já resultaram por exemplo no socorro a 29 mil animais órfãos e abandonados. No total, são mais de 200 mil animais resgatados, cuidados ou reabilitados pelas equipes de SeaWorld ou seus parceiros. WWF, Conservation Internacional e Fauna& Flora International são algumas das organizações com as quais SeaWorld tem trabalhado.

Em 2003 foi criado o Fundo de Conservação próprio de SeaWorld, que já destinou US$ 14 milhões para mais de 1.000 projetos em vários países. No Brasil, mais de US$ 70 mil já foram investidos em projetos.

O curador de SeaWorld destacou que existe um trabalho específico com as tartarugas marinhas, motivo pelo qual ele diz sempre ter visto a ação do Projeto Tamar como “brilhante, muito especial”. São de 50 a 70 tartarugas marinhas resgatadas e reabilitadas por ano pelas equipes da rede de parques aquáticos, totalizando 1960 tartarugas cuidadas desde 1980.

Desde 2012, informou Bill Street, estão em curso conversas com a direção do Projeto Tamar, no sentido de estabelecimento de parcerias. O curador salientou que agora a parceria tende a ser estabelecida de fato, com várias ações conjuntas para começar, como intercâmbio de visitas de pesquisadores. “São heróis da preservação e os brasileiros têm que se orgulhar desses esforços”, disse Bill, resumindo a visão de SeaWorld sobre o Projeto Tamar.   

Uma das fundadoras do Tamar, ao lado do marido, Guy, a oceanógrafa Neca Marcovaldi representou a organização brasileira no evento e destacou a importância da parceria que na sua opinião tende a ser cada vez mais sólida. Ela acentuou a relevância do trabalho do Tamar em termos de proteção de gerações de tartarugas marinhas, o que espera ver sendo repetido com as futuras gerações. Ressaltou, ainda, o trabalho conjunto com as comunidades costeiras, como as de pescadores, que se tornaram agentes de proteção das tartarugas.

O Projeto Tamar começou seus esforços pela proteção das tartarugas marinhas no Brasil na década de 1980. Com o patrocínio da Petrobras, por meio do programa Petrobras Socioambiental, hoje o projeto é a soma de esforços entre a Fundação Pró-TAMAR e o Centro Tamar/ICMBio. Trabalha na pesquisa, proteção e manejo das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, todas ameaçadas de extinção: tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), tartaruga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) e tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea).

São protegidos cerca de 1.100 quilômetros de praias e está presente em 25 localidades, em áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso das tartarugas marinhas, no litoral e ilhas oceânicas dos estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina.

Em Ubatuba, o Tamar recebe apoio da Arcor do Brasil e da Prefeitura Municipal. Tamar e Instituto Arcor Brasil são parceiros do Programa Amigos do Mar, que já resultou, entre outras ações, em um concurso de desenhos que mobilizou mais de 1,5 milhão de alunos em 17 estados. 

  • Formatos: Publicações
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