A Escola Municipal Profª Eliana Peluso Sperandio, em Bragança Paulista, foi palco de uma vivência formativa rica em sensibilidade, escuta e transformação. Promovida pelo Instituto Arcor Brasil em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, a formação “Educação Infantil: dimensão estética na prática docente” reuniu mais de 150 professores da rede municipal para oficinas voltadas à ampliação do olhar estético e poético na primeira infância.
A proposta da formação foi trabalhar com oficinas específicas para cada faixa etária da educação infantil, reconhecendo que os bebês, as crianças pequenas e as maiores possuem modos próprios de se relacionar com o mundo. Por isso, cada oficina foi pensada como um convite à presença e à escuta ativa.
Na oficina “Espaços e Ambientes”, conduzida por Marcela Chanan, as professoras foram convidadas a repensar os contextos de aprendizagem no berçário a partir de uma estética que acolhe, provoca e convida à brincadeira. A organização do espaço – materiais, mobiliário, luz, cores – foi tratada como linguagem pedagógica e poética, que comunica com os bebês e favorece sua autonomia e curiosidade. Ao final, os participantes refletiram sobre como a transformação dos ambientes exige tempo, tentativa e sensibilidade: “Destacamos o quanto o cuidado com os detalhes e a simplicidade nos materiais pode fazer toda a diferença na relação com os bebês”, comenta Marcela.
Já com Vilma Justine, a oficina “Mãos no Barro” foi uma verdadeira imersão sensorial. Em um ambiente preparado com argila, terra e água, os professores exploraram os princípios estéticos da arte como forma de formação humana. “Todo professor que trabalha com crianças precisa acordar em si saberes estéticos e poéticos, por meio das formações e no cotidiano”, refletiu Vilma. O ateliê foi também espaço de reconexão com a própria criatividade e liberdade de expressão, elementos centrais para mediar o encontro entre arte, infância e sensibilidade.
Na oficina “A criança, a natureza e as minúcias do olhar”, com Carolina Lenza, o convite era para desacelerar e perceber os detalhes da natureza com olhos atentos, curiosos e despertos. Com folhas, sementes e lupas, as educadoras mergulharam num tempo de escuta e presença. Ao final, expressaram o vivido em formas e traços. “Muito mais do que ter ideias de atividades para fazer na escola, ao sensibilizar o olhar, as educadoras puderam se (re)conectar com as maneiras das crianças de ver e conhecer o mundo. São as reflexões que surgem desses momentos que permitem (re)pensar a prática pedagógica para sair do piloto automático e resgatar os sentidos do que é planejado no dia a dia”, destaca Carolina.
Formação que atravessa e transforma
As formações proporcionaram um momento de profunda escuta e ressignificação do papel do educador na infância. A coordenadora pedagógica Heide de Freitas, da escola anfitriã, relata: “A formação me ajudou a olhar para além das práticas transmissivas. No espaço preparado com intencionalidade, podemos observar de diferentes formas o desenvolvimento das crianças.”
As oficinas reforçam o que apontam diversas pesquisas sobre a primeira infância: experiências estéticas e sensoriais são fundamentais para o desenvolvimento integral das crianças, pois ampliam as formas de expressão, percepção e construção de sentido do mundo.
Para o Instituto Arcor, iniciativas como essa reforçam o compromisso com a valorização da educação pública e com a formação de professores como agentes de transformação.
