Esteban Levin, psicanalista e professor de Educação Física, afirma na entrevista publicada em nossa revista Por Escrito Nº9, que o brincar “não é importante apenas na vida de uma criança, mas também tem um valor estruturante. Não é que a criança construa o brincar, mas é o brincar que constitui a experiência de ser criança”. Então, nessa experiência vital, qual o papel dos brinquedos?

Daniela Pelegrinelli e Dolores Delucchi, em artigo publicado pela LatinLab, deixam claro que não são essenciais, porque “há um brincar sem brinquedos”. No entanto, eles são objetos que fazem parte de nossa cultura há séculos. E ao escolher um, os adultos sempre enfrentam muitas perguntas.

Os autores do artigo propõem deixar de lado as recomendações por idade ou gênero, ou as dos fabricantes, e levar em conta algumas dessas ideias:

Priorize experiências lúdicas

Mais importante do que o próprio brinquedo é a experiência que ele proporciona. Quanto mais vivências lúdicas, melhor! E aproveite para criar momentos especiais com a criança, como um passeio ao ar livre ou um piquenique divertido.

Quanto mais versátil, melhor

Escolha um brinquedo que possa ser usado tanto dentro quanto fora de casa, sozinho ou com outras crianças. Além disso, observe se ele pode ser combinado com outros brinquedos que já tem ou materiais, como objetos de casa, pedras ou água.

Incentive o brincar em grupo

Brinquedos que estimulam a interação e participação com outras crianças ajudam a desenvolver habilidades sociais importantes.  Escolha brinquedos que incentivem o brincar coletivo!

Pense nas necessidades individuais da criança

Considere os interesses e as condições da criança ao escolher um brinquedo. Se ela compartilha com irmãos, tem preferências específicas ou está em busca de novas descobertas. Assim, você poderá escolher um brinquedo que se encaixe perfeitamente na rotina e nos gostos dela. Afinal, cada criança é única!

Melhor se não prometer coisas falsas

Fuja das promessas de brinquedos que “fazem mágicas”! Lembre-se de que os brinquedos não deixam ninguém “mais inteligente” por si só, o brincar é o que permite aprender, não o próprio brinquedo. Também não se deixe levar pelas mensagens publicitárias e reflita sobre as expectativas geradas por elas. O mais importante é a diversão e a criatividade que o brinquedo proporciona.

Quebre estereótipos

Fique atento a visões estereotipadas ao escolher um brinquedo. Analise as mensagens que ele transmite, seja em relação a papéis de gênero, grupos sociais ou até mesmo cores de pele. Prefira opções que promovam diversidade, inclusão e apreciação de diferentes estéticas, cores e formas.

Verifique bem antes de comprar

Cheque se o brinquedo está bem construído, se as peças são seguras. Também preste atenção às recomendações de segurança e à idade apropriada para o brinquedo. Afinal, a segurança das crianças vem sempre em primeiro lugar.

Brinquedos são para brincar

Lembre-se de que o melhor brinquedo é aquele disponível para brincar, não aquele guardado para não quebrar. Não é questão de preço ou moda, mas sim de diversão e aproveitamento. Ao escolher brinquedos duráveis, estamos ajudando o meio ambiente também! E não se esqueça: quando se brinca, os brinquedos podem ser quebrados! O importante é valorizar as experiências e a diversão, não apenas a durabilidade do brinquedo.